No mundo atual, a inovação tem sido a força motriz por trás do sucesso económico. À medida que nos aventuramos na era da disrupção acelerada, a audácia e a capacidade de abraçar o risco são cada vez mais valorizadas. Nesse contexto, a Europa parece estar atrasada.
Os dados da OCDE revelam que o gasto com pesquisa e desenvolvimento (P&D) nos EUA foi de 3,1% do PIB em 2019, em comparação com a média de 2,1% na União Europeia. Em termos reais, esta diferença é significativa. Mais preocupante ainda é o destino deste investimento: na Europa, a maior parte dele está a ser capturado por grandes empresas que, muitas vezes, não são as mais inovadoras.
Um relatório da BCG de 2020 listou as 50 empresas mais inovadoras do mundo. Apenas 10 eram europeias, com a mais bem classificada ocupando a 16ª posição. Em contraste, os EUA dominaram as 10 primeiras posições. Este padrão reflete uma tendência preocupante: a inovação disruptiva, na Europa, é muitas vezes frustrada pela domesticação do seu capitalismo.
Por que é que as startups europeias raramente conseguem atingir rounds de investimento de nivel B e C na Europa (fazendo-o nos EUA ou sendo adquiridas)?
Além disso, a cultura europeia tende a valorizar a estabilidade e a aversão ao risco. Isso se traduz em uma relutância em desmantelar velhas estruturas e empreender mudanças disruptivas. Este ambiente pode ser desencorajador para as startups, que são, por natureza, inovadoras e disruptivas.
No entanto, não está tudo perdido. Este panorama pode ser transformado. A Europa precisa redirecionar o seu investimento em P&D para apoiar as startups e fomentar uma cultura de risco e inovação. Precisamos abandonar a segurança do velho e abraçar a incerteza do novo.
Em suma, a domesticação do capitalismo europeu não é um destino inevitável, mas um resultado das nossas escolhas e atitudes. Para criar o futuro que desejamos, temos de estar dispostos a tomar riscos, a abraçar a incerteza e a alimentar a inovação disruptiva. Afinal, a inovação não é algo que nos acontece; é algo que nós criamos.